O nosso projeto de agricultura biológica Myrica Faial Permaculture Farm nasce de um consórcio de três indivíduos com determinação de produzir produtos de hortifruticultura de grande qualidade nutricional e com impacto ambiental nulo respeitando assim a natureza açoriana, mais obstante mantendo uma visão holística de desenvolvimento sustentável, essencial para um projeto de agricultura biológica.
O três constituintes do projeto têm formação acadêmica de interesse relativo a um projeto de agricultura biológica, sendo os dois primeiros formados em curso de Biologia Marinha e o terceiro com um curso de Gestão, Hotelaria e Turismo.
Julien Floro – BSc. em Biologia marinha – variante gestão ambiental; e MSc. em Conservação e biodiversidade marinha. O mesmo têm experiência de implementação e gestão de projetos científicos usando medidas de conservação da natureza internacionais para reduzir o impacto humano nos recursos naturais existentes, incrementando a qualidade de vida dos mesmos. Desenvolvendo a sua experiência através de ONG’s de desenvolvimento humanitário. Projetos esses desenvolvidos, em grande maioria, em países em desenvolvimento como Equador, Quénia, Madagáscar.
Sofia Gigante –BSc. em Biologia marinha – variante gestão ambiental; O seu gosto e paixão por conservação de espécies marinhas levou-a a viajar e a ampliar a sua experiência, tendo assim, feito parte de projetos científicos de Conservação da Natureza em países como o Equador, o Brasil e o arquipélago das Canárias. Nestes projetos desenvolveu igualmente trabalhos de consciencialização com nativos (adultos e crianças) e turistas para uma maior responsabilidade e cuidado sobre o meio ambiente, transmitindo a importância de adoptar boas medidas e respeitar a sustentabilidade da Biodiversidade.
Benjamim Floro – Licenciatura Gestão, Hotelaria e Turismo (pré-Bolonha, 5 anos). O mesmo, têm mais de 15 anos de experiência de gestão em hotelaria e restauração em diversos departamentos, nomeadamente, reservas, recepção, departamento de compras e economato, mas sobretudo no departamento de comidas e bebidas. Ampla experiência em gestão e organização de equipas, contabilidade, cumprimento de objectivos e contacto com o cliente adquirida na Alemanha, Irlanda e Portugal.
O nome Myrica Faial nasce do nome científico da planta, que outrora dominava a paisagem da ilha do faial, Myrica faya. A quinta Myrica Faial irá ter como base de desenvolvimento, o conceito e a filosofia da Permacultura.
A Permacultura nasce na Austrália, sendo os seus “Pais”, os ecologistas Bill Mollison e David Holmgren. É um sistema de design e planeamento agrícola e não só, que consiste em usar métodos holísticos para um desenvolvimento sustentável e com impacto nulo na natureza, integrando um desenvolvimento socialmente justo e economicamente viável. Sendo os princípios éticos da Permacultura, os seguintes – cuidar da terra, cuidar das pessoas, e partilhar os excedentes.
Como complementaridade, a quinta Myrica faial irá usar métodos de agricultura bio- intensiva (ver John Jeavons, Jean-Martin Fortier, Elliot Coleman, etc. Um ramo da agricultura orgânica, que evidência uma produção máxima num espaço reduzido de terreno, com a incrementação da biodiversidade e fertilidade dos solos, sendo o objectivo principal a sustentabilidade a longo termo de sistemas agrícolas fechados. As razões principais evidenciadas dos métodos anteriormente referidos em relação aos métodos convencionais de agricultura são as seguintes (Worldwide loss of Soil – and a Possible Solution Ecology Action, 1996): Utilização de 67% a 88% menos de água Utilização e compra de 100% menos de fertilizante orgânico (localmente disponível, i.e. estrume de cavalo, fertilizante verde – fixadora N, etc.). Utilização até 99% menos energia, sendo a usada, uma fracção mínima de recursos. Produção de duas a seis vezes mais de alimento com colheitas intermediadas, sendo que a prática por parte do jovem agricultor irá aumentar com o desenvolvimento constante da exploração. 100% de incremento de fertilidade de solos, ou seja, criação de solo rico em biodiversidade e nutrientes.
Redução de 50% ou mais da terra arável necessária em relação as colheitas obtidas com métodos convencionais. Fomenta uma preservação de sistemas “selvagens biodiversos” numa parte da exploração como proteção de serviços ecosistémicos.
Em suma, a quinta Myrica Faial Permaculture Farm pretende render-se aos benefícios da agroecologia para produzir hortaliças e frutas biológicas entre outros, sem uso de mecanização, sem uso de agroquímicos e fitossanitários, para uma demanda cada vez maior por alimentos saudáveis, e cada vez mais presente numa sociedade com consciência ambiental e de comércio justo.